Alemães votam neste domingo em eleição pautada por economia e imigração

  • 22/02/2025
Eleição, que seria em setembro, foi antecipada. Partido de Angela Merkel lidera pesquisas, seguido por partido de extrema direita. Alemães vão às urnas em eleição antecipada em meio a crises econômica e migratória Alemães vão às urnas neste domingo (23), em uma das eleições mais importantes da história recente do país. Os grandes assuntos da campanha foram economia e imigração, como mostram os enviados especiais a Berlim, Rodrigo Carvalho e Ross Salinas. Comida fisga, cativa, convence. Abre portas. Mas só quando é muito boa. "Alemão ama a culinária síria", fala a chef de cozinha Malakeh Jazmati, refugiada síria. A Malakeh já cozinhou até para a ex-primeira ministra Angela Merkel, que em 2015 abriu as portas da Alemanha para refugiados. Nossa amiga é de Damasco, capital da Síria. Foi embora do país às pressas em 2012, durante a Guerra Civil — como tantos outros fizeram. "Fui primeiro pra Jordânia e em 2015 aqui, para a Alemanha. Berlim é como uma ótima amiga. Mas Damasco é minha mãe", diz. Mesmo longe da mãe, ela conseguiu reinventar a vida. No mesmo ano, 2018, escreveu livro e teve o primeiro filho. O restaurante é sucesso. "Meu nome é Tarek, tô na Alemanha há dez anos", conta Tarek Alaows, ativista de direitos humanos e refugiado sírio. Tarek é advogado e ativista de direitos humanos, adora Berlim, aprendeu a falar alemão em seis meses, mas não tem só história legal para contar. Em 2021, ele anunciou a candidatura ao Parlamento da Alemanha. Ele sonhava em entrar pra política. Queria ser "a voz dos refugiados" no Parlamento. Mas recebeu tanta ameaça, mas tanta ameaça, que desistiu. "Era muito discurso de ódio. Gente dizendo que sabia onde eu trabalhava, onde eu morava". Tarek também é daquela leva de 2015. No total, naquele ano e em 2016, a Alemanha de Angela Merkel recebeu 1,2 milhão de refugiados — a maioria da Síria, do Afeganistão e do Iraque. A Alemanha mudava de cara e de lá pra cá o mundo também mudou. O discurso anti-imigração ganhou muita força. Muitos eleitores falam que a imigração sobrecarregou serviços públicos, como saúde e educação; que a criminalidade aumentou, mesmo que estatísticas não confirmem uma relação direta com a chegada dos refugiados. Atentados recentes — alguns cometidos por imigantes que pedem asilo no país — aumentaram a sensação de medo e inflamaram a extrema-direita. O partido AFD, Alternativa para a Alemanha, liderado por Alice Weidel, está em segundo lugar nas pesquisas. “Alice Weidel é uma mulher lésbica, casada com uma Imigrante do Sri Lanka, né? Ela é uma pessoa que projeta uma imagem diferente da imagem clássica da AFD. Uma tentativa pragmática da AFD de se apresentar com mais palatável ao público alemão”, explica Bernardo Bianchi, cientista político e pesquisador da Universidade Humboldt de Berlim. Nessa véspera de eleição, Berlim viu protestos a favor e contra a AFD. Apesar de não ter chances reais de chegar ao poder, caminha pro seu melhor resultado da história dentro do Parlamento, diante de uma sociedade ainda dividida. No muro de Berlim, de um lado ficava a Alemanha Ocidental, democrática. Do outro lado, a Alemanha Oriental, comunista. Durante quase trinta anos, atravessar de um lado pro outro era considerado crime, e podia acabar em tragédia. Hoje, o que sobrou do muro de Berlim virou mural a céu aberto. Esse país, que já foi dividido por um muro, agora discute -- ainda que simbolicamente -- erguer uma nova barreira pra impedir a entrada de imigrantes. E não só a extrema-direita. Partidos tradicionais da Alemanha tão debatendo como criar regras contra a imigração irregular. Quando a economia vai mal das pernas, esse discurso ganha força. A Alemanha está em crise. Aumento do preço da energia, juros altos. Até a famosa indústria alemã perdeu força. A economia alemã, terceira maior do mundo, encolheu nos últimos dois anos. O atual governo de Olaf Scholz começou a ruir quando ele demitiu o Ministro da Economia, que defendia uma política de austeridade forte. Os deputados aprovaram uma moção de desconfiança contra Scholz e o Parlamento acabou dissolvido. Agora, o partido de Scholz aparece em terceiro nas pesquisas. Quem está na frente nas pesquisas é a União Democrata-Cristã, CDU, partido de Angela Merkel, hoje liderado por Friedrich Merz — apontado como provável futuro primeiro-ministro. O gosto dessa eleição, eles só vão conhecer neste domingo. O jantar da Malakeh tá saindo. Ela e o Tareq são amigos. Eles falam de como a sociedade alemã hoje precisa dos sírios — dos médicos, por exemplo. "Sou sírio e alemão. Não acho que a extrema-direita vai dominar. A maior parte das pessoas entende o valor dos imigrantes. A gente é parte deste país", diz Tareq Alaows, refugiado sírio. LEIA TAMBÉM Protestos, avanço da extrema direita e influência dos EUA geram clima de tensão no último dia de campanha na Alemanha Quem é Alice Weidel, a candidata da ultradireita alemã que aparece em 2º nas pesquisas Imigração foi tema de destaque em debate dos candidatos

FONTE: https://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2025/02/22/alemaes-votam-neste-domingo-em-eleicao-pautada-por-economia-e-imigracao.ghtml


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