Mulheres brasileiras transformam comunidades onde vivem com a educação e a leitura
08/03/2025
(Foto: Reprodução) 'Livro é uma coisa que faz sonhar, né?', diz Ione Dias, que lidera projeto social. Mulheres brasleiras estão usando a leitura e a educação para transformar as comunidades em que vivem
Com a ajuda da leitura, mulheres brasileiras estão transformando as comunidades em que vivem.
O interesse da Haidê pela leitura surgiu na infância pobre, em Santa Cruz do Rio Pardo, interior de São Paulo.
“Meu pai ele era coletor de lixo. Então ele achava alguns livros e levava para casa. Desde quando eu comecei a ler, eu nunca mais parei”, diz Haidê Augusta da Rosa.
A Ione também venceu adversidades. Moradora da periferia de São Paulo, foi mãe pela primeira vez aos 14 anos, mas nunca abriu mão dos estudos e do prazer de ler.
Mulheres brasileiras transformam comunidades onde vivem com a educação e a leitura
Reprodução/Jornal Nacional
"Livro é uma coisa que faz sonhar, né? Então a gente olhava aquelas coisas, os livros e ia imaginando muita coisa", afirma Ione Dias.
O mesmo bem que os livros fizeram à vida da Ione ela tenta reproduzir no trabalho aqui na comunidade. Em 21 anos de atividades, o projeto já foi uma porta aberta que ajudou mais de 3 mil crianças a trilhar novos caminhos.
A ONG Capão Cidadão começou como uma biblioteca. Mas a Ione logo viu que era preciso fazer mais.
“Nós começamos a chamar as crianças para ler e brincar e nós vimos que eles tinham dificuldades com a leitura. E aí a gente viu que um projeto não pode ser assim, né? Foi daí que nasceu o reforço foi nossa primeira atividade”, explica Ione Dias.
Hoje, as aulas de balé também fazem sucesso. Mas, do reforço escolar, a Ione não abre mão - e as mães sabem e apoiam.
“Ela faz balé e faz reforço. Melhorou bastante depois que ela está aqui na ONG nas notas escolares também”, conta Benedita Sousa Lopes, mãe da Andressa.
E quanto àquela leitora mirim do interior paulista? Sem perceber, a Haidê descobria uma vocação. Fez faculdade e mestrado em biblioteconomia.
Hoje, dirige a biblioteca de uma escola pública e tem um projeto que estimula jovens do ensino médio a ler. A dedicação dela mudou a vida da Júlia, que passou na faculdade de direito.
“Através dos livros, dos estudos, é que a gente consegue exercer uma profissão, consegue colocar em prática aquilo que a gente aprende. Então tem ajudado muito. Ajuda muito”, afirma.
“A leitura é assim, ela é uma transformação na vida de uma pessoa, como foi para mim. Então eu quero que os alunos também tenham essa influência, né da leitura da literatura, principalmente a literatura clássica”, conta a bibliotecária Haidê Augusta da Rosa.
E mais leitores vêm por aí.
Na periferia paulistana, o David supera as dificuldades. “Depois a professora fala que todo mundo vai fazer lição”, diz David Gomes Santana, de 9 anos.
A mãe do David sonha com o futuro do filho.
“É a base para que eles voem e cresçam na vida. Para ser alguém na vida para falar: 'mãe, eu cheguei lá, eu venci. Eu sou um homem agora. Agora posso ter meu emprego, posso ter o que eu quiser, porque eu consegui com o meu esforço'", afirma Isabela Cristina Gomes Santos, mãe do David.