Royal Enfield Shotgun 650 é opção mais barata entre motos estradeiras e vem como alternativa à Meteor; veja impressões

  • 15/03/2025
(Foto: Reprodução)
Com versões que começam em R$ 33.990, a roadster é a opção mais viável entre as concorrentes, mas terá a tarefa de conquistar os consumidores mais conservadores. Royal Enfield Shotgun 650 tem preços que vão de R$ 33.990 a R$ 34.990 Divulgação | Royal Enfield O mercado de motos estradeiras, as tradicionais motos customizadas — ou custom, como são conhecidas — tem crescido no Brasil e já começa a se refletir no portfólio das fabricantes. O g1 testou a nova Royal Endfield Shotgun 650, moto que chegou para competir neste setor em fevereiro e promete grandes possibilidades de personalização. Veja as impressões. As motos têm ganhado espaço no país. Dados da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), por exemplo, indicam que o emplacamento de motocicletas praticamente dobrou no acumulado deste ano até fevereiro, em relação ao mesmo período de 2024, com uma alta de 98,8%. Do total de emplacamentos, 1,69% responde pelas custom — percentual ainda pequeno no mercado, mas que já representa quase o dobro da participação observada nos primeiros meses de 2024, de 0,85%. O crescimento traz novas indicações sobre a demanda dos consumidores, que agora buscam motos não apenas para ir e voltar do trabalho, mas também para diversão, já que esse tipo de motocicleta não é o mais indicado para passar pelo trânsito congestionado. Para atender à demanda crescente, as fabricantes de motocicletas começaram a trazer novidades para o mercado. É o caso da Shineray, por exemplo, que já lançou três modelos no final de 2024 (Denver, Titanium e Iron), e da Royal Enfield, que decidiu resgatar as custom mais baratas e agora vai aumentar seu portfólio com a chegada da Shotgun 650. Com isso, a marca indiana passa a possuir quatro modelos com este motor de 650 cilindradas: Continental GT 650, Interceptor 650, Super Meteor 650 e Shotgun 650. E a expectativa é que até o final do ano, chegue a Classic 650: uma releitura da Classic 350, modelo que carrega muito cromado, assim como as primeiras custom dos anos 1950 e 1960. A futura Classic 650 vai corrigir uma falha da atual, que é ter motor pouco potente para a categoria. Portanto, essa deve ser a quinta opção da marca com o propulsor de 648 cilindradas. O g1 testou a nova Shotgun 650 2025, a roadster (entenda mais abaixo) que chega para concorrer com a Triumph Scrambler 400 e a Trident 660. Confira nesta reportagem os principais pontos positivos e negativos: O que é uma roadster Preços Dirigibilidade Design Pontos positivos e negativos Ficha técnica Galerias Relacionadas O que é uma roadster Diferente da Super Meteor 650, outra moto da Royal Endfield que o g1 testou, a Shotgun 650 é uma roadster. Esse tipo de motocicleta possui características mais moldadas para enfrentarem a estrada, como uma frente mais curta e agressiva (sem a necessidade de bolha para cortar o vento) e uma traseira bem definida e um pouco mais curta que as custom tradicionais — o que pode proporcionar mais agilidade ao transitar por vias urbanas. A grande vantagem da Shotgun em relação à Super Meteor está nas suas dimensões. O comprimento da Shotgun é 4 cm menor, assim como a distância entre-eixos. Há ainda 7 cm a menos de largura e 5 cm a menos na altura. Quando se compara com as custom tradicionais, a Shotgun tem a vantagem de ser mais ágil, o que facilita a pilotagem em meio aos carros (confira mais impressões abaixo). O g1 testou a Shotgun 650 e ela é bem mais ágil que a Super Meteor Divulgação | Royal Enfield Voltar ao índice. LEIA MAIS: LISTA: veja as 10 motos novas mais vendidas do Brasil em fevereiro Do anonimato ao Oscar: conheça o Kadett de Fernanda Torres no filme 'Ainda Estou Aqui' Mulheres sobre duas rodas: número de motociclistas habilitadas cresce 70% em 10 anos Royal Enfield Super Meteor 650: o que faz essa custom ter seis meses de fila de espera? O g1 testou Preços Apesar da diferença das dimensões, as duas Royal Endfields têm preços semelhantes. Isso porque, como o g1 mostrou, a Super Meteor já tem uma fila de espera de seis meses — o que fez com que algumas concessionárias da marca já não aceitassem mais pedidos para a motocicleta. Assim, a Shotgun chega não apenas para complementar o portfólio da companhia, mas também para ser uma alternativa aos clientes — e, quem sabe, ajudar a marca a diminuir um pouco da fila de espera da custom mais tradicional. Veja os preços: Shotgun 650 Sheet Metal Grey: R$ 33.990; Shotgun 650 Drill Green: R$ 34.490; Shotgun 650 Plasma Blue: R$ 34.490; Shotgun 650 Stencil White: R$ 34.990; Super Meteor 650 Astral: R$ 33.990; Super Meteor 650 Interestellar: R$ 34.490; Super Meteor 650 Celestial: R$ 34.990; Segundo os executivos da fabricante, os valores da Super Meteor 650 não devem ser modificados até que a fila de espere acabe, o que, segundo as previsões da marca, deve ocorrer até o final de março. Para os próximos meses, no entanto, eles alertam que o preço deve subir cerca de R$ 3 mil. Com isso, o modelo Interceptor será a porta de entrada para as motos de 650 cilindradas da Royal Enfield, com preços a partir de R$ 30.900. Em seguida, vêm a Continental GT (R$ 32.900), a Shotgun e, por fim, a Super Meteor. Voltar ao índice. Dirigibilidade Enquanto a Super Meteor possui comandos avançados, guidão largo e uma posição de pilotar mais voltada para o conforto, a Shotgun é mais parecida com uma moto Street, que oferece posição mais ereta e agilidade no dia a dia. Enquanto a Shotgun (direita) possui comandos na posição tradicional, a Super Meteor tem posição de alavanca de câmbio e freio mais avançados g1 Com comandos de freio e marcha na posição tradicional e um guidão mais estreito, a Shotgun permite mudanças de direção mais rápidas, condição fundamental para transitar de forma desenvolta. Essa característica é importante no momento de desviar de buracos ou de motoristas menos atentos. A moto também transmite a sensação de ser bem mais leve, apesar da diferença ser de apenas 1 kg para a Super Meteor, e de proporcionar uma arrancada mais vigorosa — o que pode ser explicado pela relação mais curta entre as engrenagens, já que ambas as motocicletas possuem o mesmo propulsor de 47 cv de potência e 5,3 kgfm de torque. Comparada a uma de suas principais concorrentes, a leitura é que o preço condiz com o oferecido. A Kawasaki Eliminator 500, por exemplo, que tem 51 cv e 4,3 kgfm de torque e chega a ser 64 kg mais leve do que os exemplares da Royal Enfield, consegue entregar uma arrancada mais empolgante, mas tem um preço mais salgado. Enquanto as Royal Enfield partem de R$ 33.990, o modelo da Kawasaki sai por, no mínimo, R$ 40.490. Outro ponto importante é que, diferente das demais motocicletas da Royal Enfield testadas pelo g1, a Shotgun 650 foi a única a não apresentar o fenômeno conhecido como "shimmy", onde a parte dianteira da moto oscila rapidamente de um lado para o outro. Isso ocorre por falta de peso no eixo dianteiro, indicando uma má distribuição de massa no projeto. Quando a velocidade aumenta, o vento e a aceleração empurram o eixo dianteiro para cima, gerando instabilidade. Royal Enfield Super Meteor 650: 3 pontos positivos e 3 negativos O "shimmy" de uma moto é muito arriscado porque o motociclista pode perder totalmente o controle. Interceptor, Scram e Super Meteor apresentam esse problema, conforme nossos testes. O sistema de freio da Shotgun 650 é eficiente, o que se traduz em mais confiança ao rodar com a moto em altas velocidades. O g1 testou o freio diversas vezes em diferentes velocidades e a motocicleta freia em linha reta, sem assustar o piloto. Ao utilizar apenas o freio traseiro, no entanto, ocorre um ligeiro bloqueio do pneu (perceptível pelo som no asfalto) — o que não deveria acontecer por conta da tecnologia ABS. Por fim, o banco deveria ser mais confortável. A espuma é fina e, poucas horas após o início de uma viagem, é possível sentir cansaço. A Shotgun mostra que tem maior vocação para desfilar pela cidade do que para ser uma verdadeira estradeira. Painel da Shotgun é o mesmo da Super Meteor Divulgação | Royal Enfield Voltar ao índice. Design As quatro motos de 650cc da Royal Enfield compartilham peças como faróis, lanternas, setas, painel e manetes. Apesar de ter um banco que deriva das motocicletas de estilo bobber, que possuem assento apenas para o piloto, a Shotgun vem de série com o assento duplo e é equipada com ferramentas que possibilitam a customização do banco. Ao retirar o assento do garupa com a mesma chave que liga a moto, sobra a “grelha” onde é possível colocar um alforje, por exemplo. Além disso, o condutor também pode optar por remover a grelha, deixando-a com aspecto de moto mais agressiva. Confira na imagem: As opções do banco da Shotgun 650: com garupa, com porta-objetos ou somente com o banco do piloto g1 | Vinicius Montoia Voltar ao índice. Pontos positivos e negativos: ✅ Agilidade nas mudanças de direção; ✅ Velocidade e aceleração; ❌ Não apresenta "shimmy"; ❌ ABS traseiro trava; ❌ Assento pouco confortável; Voltar ao índice. Veja abaixo a ficha técnica e a comparação das motocicletas citadas nesta reportagem: Voltar ao índice.

FONTE: https://g1.globo.com/carros/motos/noticia/2025/03/15/royal-enfield-shotgun-650-teste.ghtml


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